quinta-feira, 23 de maio de 2019

POESIA E ANATOMIA-SONETO AOS SEUS VISTERIES

Cansado de elogiar sua pele dourada, 
suas perfeições externas e muitas, eu 

canto para o jardim azul de seus pulmões, 
e para sua traquéia elegante e anelada,

Eu canto para sua massa intestinal rosa, 
para o baço, para o pâncreas, para os epiplones, 

para o filtro cinza duplo de seus rins 
e para sua matriz profunda e renovada.

Eu canto para a doce medula de seus ossos, 
para a linfa que absorve seus tecidos, 

para o cheiro orgânico ácido que você exala. 
Eu quero gastar suas vísceras em beijos, 
viver dentro de você com meus sentidos, 
eu sou um sapo preto com duas asas.


Disponível em: <https://pin.it/goqz4ej67qlftk>. Acesso em 23 Maio 2019.

Disponível em: <http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0026-17422012000300012>. Acesso em 23 Maio 2019.

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